O papel do empresário.

O papel do empresário.

Uma empresa é constituída com a finalidade principal de obter lucro. Entende-se que, ao optar por um empreendimento, a pessoa detentora do capital persiga uma remuneração satisfatória, ou seja, no mínimo igual aos rendimentos auferidos pelo mercado financeiro.

É desejável que a aplicação dos recursos numa organização empresarial forneça remuneração superior, pois, além do próprio dinheiro investido, o empresário dedica tempo e assume, simultaneamente, responsabilidades sociais e econômicas com a sociedade.

O empresário deve procurar organizar sua empresa, conquistar tecnologia própria, implantar controles administrativos e financeiros, porém sua maior responsabilidade para com a empresa é a busca de novos negócios.

Em época de crise o papel do empreendedor é fundamental, sua criatividade passa a ser mais exigida e os seus esforços concentrados na procura de novas oportunidades. São os novos negócios que permitirão a conquista da remuneração ideal desejada.

Em algumas situações empresarias, nos deparamos com o “puxador de negócios” envolvido totalmente nos assuntos administrativos da organização, não dedicando tempo algum para a realização de sua principal e imprescindível tarefa. É necessário que o empresário possua controle e estes o conduzam à tomada de decisões, mas há uma grande diferença entre ter o controle geral da situação e realizar continuamente atividades administrativas e operacionais. É salutar, até conhecer, questionar e aperfeiçoar os métodos de trabalho, porém não pode ser a regra geral. O custo do seu tempo, de uma forma geral, não justifica o resultado do trabalho, ou seja, o dono do dinheiro é caro para a organização, dado a sua importância.

Um caso que enriquece o assunto aqui tratado é o acontecido numa empresa prestadora de serviços de grande porte quando da decretação do plano Collor.

O diretor, assustado com as medidas governamentais de redução do corpo gerencial. Rescindiu o contato do Gerente Administrativo – Financeiro e passou a responder por algumas funções do ex-funcionário, além de dedicar tempo e concentração aos despachos com os chefes dos setores.

Em seguida, rescindiu o contrato do Gerente de Recursos Humanos e, novamente, passou a dedicar esforços com os assuntos da área. Conclusão: O tempo do diretor ficou absorvido completamente com os assuntos administrativos das áreas desfalcadas e a empresa carente, principalmente naquele momento difícil, de alguém concentrado na procura de novas oportunidades e de novas idéias. A empresa sofreu abalos e caiu o seu desempenho frente à concorrência.

Consciente do seu papel, deve o empresário buscar o equilíbrio, administrando com conhecimento interno a sua empresa e procurando obstinadamente novas oportunidades de negócio.

Jornal da ACOMACOPE, Janeiro/Fevereiro – Ano IV

José Augusto Mendonça – Economista, consultor de empresas e diretor da JM Consultoria & Pesquisa.